Lady Gaga - 10 anos de Born This Way e a importância para a luta LGBTQI+
- Bruno Roque
- 25 de jun. de 2021
- 2 min de leitura

Em maio o álbum Born this Way da Lady Gaga, de quem sou um grande fã, completou uma década. Estou um pouco atrasado para falar disso? Sim! Mas, ainda vale a pena falar desta, que considero, uma grande artista e sua grande obra.
Gaga é uma das artistas que mais se posiciona em favor da luta LGBTQI+ e com certeza o lançamento de Born this Way em 2011 foi um marco em seu posicionamento. Antes, fazia um pop com letras sobre fama, moda e diversão, o que não é ruim, e por sinal faz um sucesso tremendo com seu público (Eu amo!). Mas, aproveitou sua ascensão e visibilidade para assumir uma postura mais política, com muito foco em temas sociais e feminismo.
O álbum foi um sucesso e, somado a uma grande campanha de marketing, vendeu 1,1 milhões de cópias na primeira semana. As músicas abusavam de uma pegada disco, principalmente na faixa que dá nome ao álbum, o que rendeu até comparações com Madonna. As letras abusavam de metáforas, onde Gaga abriu suas vulnerabilidades e defendeu a diversidade.

Por experiência própria posso dizer a importância que as temáticas levantadas no álbum tiveram para que tivesse coragem de me assumir e entender a importância da luta pela diversidade. A faixa título do álbum é sim um hino para comunidade LGBTQI+. O “Manifesto Of Mother Mons†er”, que abre o videoclipe da música, faz uma metáfora super interessante e pertinente sobre o direito de ser diferente.
O videoclipe em si é uma obra-prima, com muitos elementos artísticos e referências. Uma delas é os triângulo rosa que a Alemanha nazista adotava para identificar os homens homossexuais presos em campos de concentração, que no clipe é ressignificado, e ao contrario, como símbolo de liberdade, assim como foi assumido por ativistas do movimento de libertação gay na Europa e nos EUA nos anos 1970. A narrativa do vídeo mostra um universo fictício onde o nascimento do bem e do mal se dá no mesmo momento, criando um embate pelo direito à existência.

O álbum tem muitas canções que retratam muitas vulnerabilidades de Gaga, que refletem as vulnerabilidades humanas. Recentemente a cantora contou no documentário “The Me You Can't See” que sofreu abusos, inclusive sexuais, de um produtor no início de sua carreira. Esses traumas foram influentes na construção do videoclipe de Marry the Night, principalmente pelos traumas causados por um aborto decorrente de uma gravidez causado por esses abusos. É bastante chocante ver o vídeo hoje, sabendo de quais foram os traumas que influenciaram sua narrativa.
Gaga lançou uma versão comemorativa do álbum este mês. O lançamento chega no mês do orgulho LGBTQI+ e serve como um presente e um reforço para nossa luta.
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