A Biblioteca da Meia-Noite e os caminhos que seguimos na vida

Nora Seed tem 35 anos e se sente um completo fracasso. Cheia de talentos e repleta de decepções, Nora perde os empregos e o gato passando a enxergar sua vida como sem sentido, somado a isso passa a não aguentar o sofrimento e acaba por decidir se suicidar.

Feita a ação de sua decisão, nossa protagonista acaba na Biblioteca da Meia-Noite, neste local mágico, cada livro que Nora escolhe lhe oferece a oportunidade de viver uma vida diferente da que tinha.

Assim começa a aventura do livro.

Basicamente acompanhamos o processo de escolha de Nora, afim de encontrar o livro que tenha a história de vida que ela desejava ter vivido em sua existência passada, e por meio de suas diversas escolhas e revisitações de arrependimentos passados, vemos como ela vai evoluindo e se encontrando como pessoa.

O livro é bem interessante, adorei sua temática e os assuntos que aborda. Muitas vezes durante a leitura fui remetida ao meu passado onde uma decisão diferente me faria ser outra pessoa. E muitas vezes eu me perguntei se minha vida de agora é realmente a vida que eu queria ter tido, será que eu sou o tipo de pessoa que eu quero ser ou será que eu me prendo a ideias erradas que destroem minhas possibilidades? O que me faz continuar?

Claro que enquanto eu tinha uma crise de identidade eu não deixei de julgar as ações e escolhas de Nora, porque, afinal, eu sou uma humana cínica.

O interessante de Nora é que desde o início ela não sabe como lidar com o sofrimento e a decepção. Independente da vida que ela viva, por mais perfeita que esta seja, por mais que seus sonhos tenham sido realizados, Nora não se permite as duas emoções que comentei no inicio deste parágrafo.

Claro que até nestes momentos em que eu julgava a protagonista, por ela não aceitar a vida como ela simplesmente é, também fiquei analisando o meu eu atual. Como lido com o sofrimento e a decepção da minha vida? Igual a Nora sonhei e sonho em ser diversas coisas ao mesmo tempo, mas será que se eu for outra Caroline meus sentimentos seriam apenas de felicidade ou eu teria sentimentos negativos?

A resposta é óbvia, contudo em nossa busca incansável de felicidade plena, nos esquecemos do que é felicidade e nos esquecemos do que somos.

Como disse anteriormente, somos humanos! Esperar que vivamos em um estado de plenitude completa em cada segundo, minuto, hora, dia, semana, mês e ano, é esperar que vivamos fora da realidade ou que deixemos de ser humanos. E nenhuma dessas duas opções irá nos levar a plenitude desejada, mas sim a um vazio sem sentido. Apenas experimentando todo o alcance possível de emoções é que poderemos evoluir.

Então, basicamente o que quero passar é: sinta e aprenda. Porque sempre iremos sentir, independente do que queiramos, mas aprender é uma escolha nossa e escolhas são mais difíceis do que imaginamos.