Série Distopias: Uma explicação

Ultimamente estou fissurada em livros distópicos, adoro ler algo que me faz relacionar a literatura com a realidade que vivemos. E o que mais chega perto deste tipo de inter-relacionamento para mim é uma distopia.

Mas... o que seria uma distopia? Pelo dicionário uma distopia é: "lugar ou estado imaginário em que se vive em condições de extrema opressão, desespero ou privação; antiutopia." No grego antigo simplesmente significa “Lugar Ruim”.

Em um apanhado geral ela é o contrário de uma utopia, sua antítese (palavra chique, né?). E o que seria uma utopia? No dicionário a utopia tem os seguintes sentidos:

1 lugar ou estado ideal, de completa felicidade e harmonia entre os indivíduos.

2 qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade.

Acho que essas explicações do nosso querido dicionário já nos permitem ter uma noção de base sobre as duas palavras. E tendo o conhecimento do significado delas fica fácil imaginar como seriam suas sociedades.

Aí você se questiona, por que Carol, você gosta de histórias com sociedades opressoras e cruéis? E eu te respondo: Porque, no mundo real, simplesmente ocorrem estas opressões e crueldades de formas nem um pouco sutis e em quantidades suficientes para serem alarmantes.

É justamente por ocorrer a todo momento e tão descaradamente que não percebemos estas ações tirânicas, pior ainda, dependendo de que lado estamos ou nos posicionamos, lambemos a bota de um dono e mordemos o outro indivíduo, sendo que quando damos as costas, ambos se sentam na mesma mesa de jantar e praticam as mesmas ações.

A verdade é que somos loucos por poder e que fechamos os olhos para atos vis que nos agradam, e nada melhor do que um livro para esfregar na cara nossa doce hipocrisia.

Por isto, estou apaixonada por distopias. Elas também são sutis, pois como se apresentar com sutileza e brutalidade? Adoro lê-las e ver pontos de vistas tão antigos e mesmo assim tão atuais. Amo ver representações que achamos improváveis e que acontecem na realidade, e pior ainda, da noite para o dia.

E este é o primeiro post de uma série sobre distopias, sobre o que acho interessante nelas ou o que acho que já está ocorrendo. Claro que distopias são políticas e possivelmente terei algumas faces políticas para falar sobre elas. Só espero que os capítulos deste “livro” que planejo escrever não sejam queimados por não serem do agrado de todos (é, referenciei Fahrenheit 451).