Relato sobre a natureza

Esses dias eu estava na estrada, voltando de uma viagem rápida, e observava pela janela do ônibus a imensidão das plantações e lá no horizonte um punhado de árvores e três pássaros voando em círculos. Fiquei com aquele tipo de dúvida típica de criança curiosa, pensando em como era isso tudo antes das pessoas más derrubarem tudo para fazer fazenda. Uma curiosidade boba seguida da melancolia típica do adulto minimamente informado.

Passei as próximas três horas da viagem pensando em nossa relação com a natureza, não necessariamente a predadora, que destrói, mas a de vida, que nos integra como mais uma espécie. Refleti sobre relações simples, cuidar do jardim, ter um animal de estimação ou ir em um parque perto de casa. Fui embalado em um sentimento de nostalgia, do tempo que viaja com meu tio para cavernas no Vale do Ribeira, as férias acampando no litoral norte ou as trilhas frequentes no Parque do Pico do Jaraguá, pertinho de casa.

Parece tão incontestável que esse um ano e meio me privou do cinema, das baladas e barzinhos ou das aulas presenciais, que acabei nem lembrando disso que também me fazia muito bem. Eu de fato senti saudade, foi até surpreendente, pois não sabia que precisava tanto disso.

Voltando a relação mais “caseira” com a natureza, também fiquei pensando nesse modo moderno de dependência com a natureza, que é meio distante, que usufrui de produtos finais, no caso das extrações de matéria prima, mas a relação íntima com animais de estimação, plantinhas nos vasos ou jardins, a água (mesmo que tratada), energia elétrica e todo o resto.

Sei lá, não sei se viajei demais. Mas me deu muita vontade de escrever sobre isso. Acho que é algo meio pessoal que me dá vontade de contar. Vou finalizar com clichê? SIM! Mas é essencial não abandonar a natureza, devemos lutar por ela, falar sobre ela e usar ela de maneira saudável e consciente.